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    Em 1974 a ONU declara que o vale do Jequitinhonha é um dos lugares mais pobres do mundo e a região passou a ser chamada de “Vale da Miséria”. Eram tempos da ditadura militar e um grupo de jovens estudantes do vale resolveu se movimentar para dar um basta nas injustiças sociais que afetavam não só o Jequitinhonha, mas todo o país. Em novembro de 1977, esse grupo de jovens percorrem várias cidades do vale a fim de angariar fundos para criação de um jornal. Entre eles estavam Tadeu Martins e João Lefu, da cidade de Itaobim, aos quais logo se juntaram Aurélio Silby e Castilhinho, também de Itaobim, e George Abner, de Pedra Azul. Juntos lançam, em março de 1978, o numero zero do jornal Geraes.

    Para uma melhor organização do movimento cultural do vale foi criado, já em 1980, pelo mesmo grupo, agora bastante aumentado, o CCVJ - Centro Cultural do Vale do Jequitinhonha, que, juntamente com o jornal Geraes,organiza, naquele mesmo ano, o 1º FESTIVALE, na cidade de Itaobim.
Em 1983, o CCVJ sofre uma racha e surge uma outra organização, o MCPJ – Movimento Cultural Popular do Vale do Jequitinhonha, que passa a editar o Geraes, mas a organização do FESTIVALE continua com o CCVJ.
    Em Janeiro de1987, com o Geraes fora de circulação, o CCVJ e o MCPJ voltam a se unir e nasce assim o CCAVJ – Centro Cultural e Artístico do Vale do Jequitinhonha, que passa a organizar o FESTIVALE e os Encontros de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha.
No dia 25 de agosto de 1990, em reunião na cidade Taiobeiras, o CCAVJ é extinto e, em seu lugar, surge a FECAJE – Federação das Entidades Culturais e Artísticas do Vale do Jequitinhonha.
Desde então a FECAJE é responsável pela realização do Festivale e do Encontro de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha. Nestes 18 anos de existência, a FECAJE, em parceria com as entidades filiadas e agentes culturais, 14 Festivales, sendo o 12º, que aconteceu em 1991, na cidade de Jequitinhonha;
1992 - 13º na cidade de Bocaiúva,
1993 -14º em Minas Novas,
1994 - 15º em Salto da Divisa,
1995 - 16º em Carbonita,
1996 - 17º em Jequitinhonha
1998 - 18º em Itinga,
1999 - 19º em Jordânia,
2000 - 20º em Bocaiúva,
2002 - 21º em Pedra Azul,
2003 - 22º em Medina,
2004 - 23º em Salinas,
2006 - 24º em Araçuaí
e 2007 - 25º em Joaima.
A FECAJE realizou ainda 44 Encontros de Entidades e Agentes Culturais do Vale do Jequitinhonha, bem com 5 seminários de Cultura Popular do Jequitinhonha, discutindo sempre temas relacionados com e voltados para as questões culturais, sociais e ambientais do vale do Jequitinhonha.
       A FECAJE, junto com suas entidades associadas, tem sido nos últimos anos, o ícone que mantém vivo o sonho de se fazer cultura popular no vale e acima de tudo conscientizar a opinião pública sobre os valores e tradições da região.
      Atualmente, a sede da FECAJE fica na cidade Araçuaí, na antiga Estação Ferroviária, hoje pertencente ao Centro Cultural Nagô de Araçuaí, que, em regime de comodato, cedeu aquele espaço onde hoje se encontra o escritório e acervo da FECAJE.
       Em março de 2007 a FECAJE lançou o informativo Tambor dos Povos, que tem por finalidade divulgar e difundir os acontecimentos culturais da nossa região.
       As dificuldades são muitas, mas a persistência dos agentes culturais e das entidades mantém viva a chama da esperança de fazer do vale um lugar de vida, verde, versos e viola. 
       A FECAJE tem hoje como objetivo principal fazer emergir a cultura popular como veículo de democratização e humanização no vale.

Pesquisa – Jose Claudionor(Jô)

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Já conhecia parte dessa história, mas é sempre bom reler as origens políticas e ideológicas de movimentos culturais importantes, como o FESTIVALE.

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