O MASSACRE DE FELISBURGO - 08 anos depois a impunidade continua

O Massacre de Felisburgo ocorreu no dia 20 de novembro de 2.004, quando pistoleiros armados atacaram o acampamento Terra Prometida, no município de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. O ataque resultou na morte de cinco trabalhadores rurais sem terra e outros vinte ficaram gravemente feridos, inclusive uma criança de doze anos. Foram assassinados os trabalhadores rurais Iraguiar Ferreira da Silva (23 anos), Joaquim José dos Santos (49 anos), Miguel José dos Santos (56 anos), Juvenal Jorge da Silva (65 anos) e Francisco Nascimento Rocha (72 anos). A violência contra o acampamento já era esperada, pois o fazendeiro Adriano Chafik já vinha fazendo ameaças desde o início da ocupação, inclusive chegou a sequestrar adolescentes no local. Porém essas ameaças nunca foram investigadas, apesar de muitas delas terem sido denunciadas na delegacia local, no Ministério Público, ao Poder Judiciário e aos governantes municipal, estadual e federal. Eram constantes as ameaças perpetradas por Adriano Chafik e seus jagunços, mas as autoridades não tomaram medidas necessárias para evitar a tragédia. Cerca de 100 famílias haviam ocupado a Fazenda Nova Alegria, de 2.400 hectares, em 1º de maio de 2.002. Apesar de estudos do Instituto de Terras de Minas Gerais (ITER) indicarem que a área é devoluta, o suposto “proprietário” Adriano decidiu comandar pessoalmente o despejo das famílias. Segundo relatos de testemunhas, Chafik coordenou o ataque, orientando os pistoleiros: “Atirem! Matem todos. Podem atirar em todo mundo!” Além dos ataques a tiros, os pistoleiros atearam fogo em todas as barracas e destruíram os pertences das famílias, os agressores destruíram sementes guardadas para o plantio, a escola do acampamento, a biblioteca e a secretaria, com mais de 400 livros. Entidades locais responsabilizam os poderes Executivo e Judiciário, pois os conflitos de terra são consequência da morosidade na realização da reforma agrária. Um ano depois do massacre, Frei Gilvander Moreira, da CPT-MG, faz um relato da situação das famílias sobreviventes: “Os sem terra seguiram em frente, mesmo depois de as famílias terem perdido todos os seus barracos e pertences queimados pelos pistoleiros, na semana seguinte, já tinham reocupado a Fazenda Nova Alegria e reconstruído outro acampamento. Pela primeira vez na história de Felisburgo, os trabalhadores rurais não abaixaram a cabeça diante do autoritarismo do latifúndio. Reagiram para dar continuidade à luta por seus direitos, tanto que, poucos dias depois, ocuparam a prefeitura municipal para exigir a criação de uma escola no acampamento. Isso demonstra o grau de consciência e coragem que as famílias adquiriram com o processo de luta.”
"Enquanto o mundo fala, Felisburgo se cala", diz Gladiston Araújo, morador da cidade de Felisburgo.

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Exitem pessoas crueis demais e sem humanidade. É muito trsite essa história, mas  importante é a corgem e a esperança de que os direitos sejam garantidos. A luta deve continuar.

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