Novas Mídias, democratização do acesso e da produção da informação

31 de Janeiro de 2012, século 21, não, isso não é uma introdução do FANTÁSTICO Mundo Global, é só uma pequena provocaçã desse membro da rede de comunicadores, passei vários dias pensando sobre algumas discussões do Encontro de Comunicadores do Vale do Jequitinhonha ocorrido em Itaobim nos dias 27 e 28 de janeiro de 2012 - vale destacar que no encontro não estavam presentes somente moradores do vale, o que possibilitou várias possibilidades e visões sobre o cenário - pessoalmente, fiz uma avaliação muito positiva do evento, ele foi bem intenso e comunicATIVO, porém uma coisa me chamou atenção, algumas poucas pessoas ainda insistem em uma luta e resistência às novas possibilidades comunicativas em nossa região, sei que em outras áreas, como na cultura, enfrentamos essa resistência com outros estilos musicais por exemplo, mas ainda não consigo entender qual a dificuldade de entender que se não fossem essas possibilidades estariamos ainda mais refém do que por enquanto somos dos grandes e impositores meios de comunicação convencional. Mas sinceramente, não entendo, porém quero entender e não tenho a menor intenção de esgotar o assunto, nem se eu tivesse né galera? rsrsrs. Mas inicialmete é isso, então quero propor um debate sobre o assunto...diz aí...

 

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De fato, Marcus. Esta resistência existe e é notória. Muitos ainda não se atentaram ao fato de que estas novas possibilidades vêm descentralizando a produção e o acesso as mídias. A comunicação alternativa vem "assombrando" os meios de comunicação tradicionais, e em contrapartida estes últimos tentam introduzir uma "cultura de resistência" as novas tendências.

Mas realmente o assunto é muito amplo e merece ser debatido!

O encontro em Itaobim foi um passo muito importante para o debate da comunicação, as mídias alternativas e a democratização do acesso e da produção da informação nos dias atuais...

Se não posso ter um canal de televisão, se não posso ter um jornal, posso fazer uma conta no youtube, posso criar um blog e continuar defendendo uma posição... Fico preocupada com a forma com que alguns meios convencionais retratam alguns fatos...hoje a população está acostumada ao sangue, nudismo e porcarias televisivas por que se transformou em naturalidade. E os telespectadores são tidos como produtos desse processo e que estão sendo moldados da forma que desejam...

Infelizmente o maior acesso a informação no Brasil é através da televisão é uma minoria que lê jornal, que lê literatura é uma minoria que lê e faz uma reflexão. É a grande mídia que esta formando os cidadãos emancipacionistas que tanto desejamos no Brasil.

É preciso ter uma rede de comunicação para contrapor a isso. Fortalecer instrumentos de comunicação social que são iniciativas da sociedade. É um processo de maturação e que já esta se consolidando no Brasil como o papel das mídias alternativas que é uma forma de garantia do direito a comunicação. A partir daí não temos só um lado da moeda...ou só uma versão da informação!

O encontro em Itaobim foi direcionado a discursão sobre as novas formas de comunicação que estão aflorando na região. As mídias tem o papel de influenciar as pessoas tanto para o lado positivo quanto para o negativo. Neste aspecto, as grandes mídias influênciam a massa populacional com porcarias e levam as pessoas ao consumismo desenfreado e desnecessário, cabe as novas mídias alternativas o trabalho de criar uma visão crítica nas pessoas de forma que possam diferir o que é "bom" e o que é "ruim" para o seu crescimento pessoal e de forma a contribuir com a valorização do que realmente é importante e necesário para a sociedade.

legal Renata...

Fico preocupada com as Rádios Comunitárias ou Rádios Piratas...Quando são usadas para fins pessoais e principalmente políticos...Ao invés de prestar serviços a comunidade acabam virando estratégia política influenciando as pessoas...Isso é sério...

É infelizmente isso acontece muito. Os projetos iniciais acabam fugindo do foco por interesses pessoais para beneficiar quem não precisa.

Bem, penso que embora possamos tratar as comunicações em um evento a parte, as reflexões a posteriori não podem deixar de parte o fato de a realidade ser uma totalidade orgânica, ou o que dá no mesmo, é um organismo vivo. Isso implica na condição de que para entendermos a realidade não dá pra pensar as consequências da comunicação sem pensarmos o modo como ela chega até nós, bem como o que queremos com ela. Isso conduz a uma outra preocupação, quem são as pessoas que se apropriam dos meios de comunicação, de quais meios se apropriam e porque se apropriam. Se circunscrevermos nosso raio de preocupação às mídias alternativas, então, teremos que reconhecer que apenas o público chamado "alternativo" recorrem a elas. O que quero dizer é que apenas as pessoas devidamente preparadas vão além do estado de coisas dado imediatamente. os "não preparados" só o farão quando sentirem necessidade de galgarem o próximo passo na tábua da emancipação humana, pois é uma tendência o fato de que nós, seres humanos, nos habituarmos ao cotidiano e a menos que se faça do cotidiano uma busca incessante pela transformação do estado de coisas vigente, não chegaremos a atingir níveis mais elevados na luta pela emancipação. ou determinamos o rumo da história ou seres constrangidos a aceitá-lo. 

Depois desse preâmbulo, vamos enfim ao que interessa: não sei se as pessoas tem mesmo resistência aos meios de comunicação ou se elas simplesmente ignora os usos que podem ser dados a eles. Acredito que existe uma apropriação progressiva de todas as mídias possíveis, porém sem nos darmos conta disso, sem buscarmos fazer o uso emancipatório delas, não porque nos sentimos embasbacados diante deles, mas porque no cotidiano estamos habituados a aceitar as coisas como dadas, prontas e acabadas;nesse diapasão os usos que fazemos dos meios de comunicação é reflexo do modo como significamos o cotidiano. Então penso que existe uma questão a ser pensada: como aqueles que "sabem" como se apropriar das mídias alternativas podem se mobilizar no sentido de iniciar uma caminhada consciente em direção à emancipação? ou indo ainda mais fundo, será que eles podem fazer isso ? 

Pessoal, eu infelizmente não pude ir no Encontro de COmunicadores do Vale, mas achei a discussão aqui muito importante. Concordo muito com o que o Eric Renan disse. As mídias alternativas, na grande maioria das vezes, ainda não são utilizadas como instrumento de mobilização e como instumento alternativo aos grandes meios de comunicação. Daí talvez a questão maior não esteja na falta do reconhecimento da legitimidade dessas mídias alternativas, mas mesmo a falta de reflexão, consciência e uso delas. Acredito que se os que "sabem" já fizerem uso consciente das redes alternativas, de certa forma, isso já vai contribuir para a ampliação de uma rede que, se não produz, pelo menos consome conteúdos diferenciados.

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