Carta do Eixo da Juventude: Desafios do Jovem no Campo, na Cidade e na Igreja.

18º Encontro Diocesano da CEBs, São Félix de Minas, 06 de Julho de 2013.

Eixo da Juventude: Desafios do Jovem no Campo, na Cidade e na Igreja.

Aproximadamente 200 jovens de diferentes paróquias compuseram o eixo da juventude que foi mediado por Cláudio Belmiro e Neltinha Oliveira. O momento foi iniciado com animação musical e oração. Antes de começarmos efetivamente elecandoos desafios e soluções propostas no debate gostaríamos de deixar registrado nosso voto de repúdio ao extermínio de jovens no Brasil, a corrupção política que é a principal causadora de todas as mazelas sociais que sofremos no país e o nosso sentimento de partilha diante a tantos outros jovens que estão ocupando as ruas de suas cidades lutando por igualdade, por garantida de direitos e por reforma política. Não queremos este sistema destruidor e de farsas, queremos um país de equidade que tenha na sua estrutura social e política a solidariedade, desenvolvimento sustentável, enfim, que faça valer a Constituição Federal e o slogan “Brasil um país de todos e de todas”. Segue abaixo alguns dados da juventude brasileira:

  • 51,4% dos jovens do Brasil não frequentam a escola;
  • 1,2 milhões de jovens brasileiros são analfabetos;
  • Apenas 1 % dos jovens universitários são negros, 15 % são pardos e 0,1 % são indígenas;
  • 3,7 milhões de jovens brasileiros sem trabalho o que representa47 % do numero total de desempregados no Brasil;
  • 102 jovens do sexo masculino são assassinados a cada 100 mil habitantes no Brasil;

Diante disso podemos perceber que a situação da juventude no país é extremamente preocupante e exige de fato a presença de uma igreja em estado permanente de missão em todas as vertentes sociais vivenciadas pelos nossos jovens no sentido de compartilhar desse debate.

Perante as discussões produzidas foram pontuados os seguintes desafios e uma prioridade:

  • A participação dos jovens em todos os encontros, assembleias, reuniões em nível paroquial, setorial e diocesano da igreja;

Desafios Gerais:

  • Influencia negativa das mídias sobre os jovens, como por exemplo: apelo comercial intenso, cultura do descartável, sensualismo exagerado, mistura de verdades e mentiras;
  • Descrença em Deus e a perda de referência de sentimentos e valores;
  • Perdas de identidades culturais, desvalorização das suas origens, sentimento de pertença e patriotismo;

Solução:

  • Trabalhar a consciente crítica e política dos jovens aumentando o poder de argumentação, preparando-os para acessar as mídias de forma que possa discernir o que é construtivo do que é destrutivo e que, principalmente, a televisão não é a “mãe da verdade”;
  • Trabalhar formação bíblica, evangelizando a partir de testemunhos e de uma realidade concreta;
  • Resgate das culturas locais com a participação da juventude;
  • Mini biblioteca nas paróquias acessível a todos, principalmente, aos jovens;

 

Na Cidade

  • Interferência da política partidária (desunião);
  • Violência e drogas;
  • Desemprego;
  • Desigualdades sociais (econômicas);

Soluções

  • Investir em políticas de empreendedorismo local e não trazer indústrias, é preciso investir no nosso potencial de produção;
  • Mobilização social e Organização Social – Juventude Organizada;
  • Criação de Conselhos Municipais de Juventude;

 

No Campo:

  • Desvalorização do trabalho rural;
  • Êxodo Rural;
  • Educação do Campo com qualificação técnica (educação urbanizada e discriminatória do estudante rural);
  • Espaços alternativos de formação bíblica, ou seja, dentro da própria agenda das comunidades rurais;

Soluções:

  • Trabalhar a ideia de associativismo, cooperativismo e economia solidária;
  • Formação e capacitação de lideranças locais;

Na Igreja

  • Comodismo, falta de comprometimento, dedicação e motivação de alguns jovens diante das atividades pastorais;
  • Falta de diálogo entre os grupos de jovens e as lideranças paroquiais;

Soluções

  • Fomentar movimentos culturais protagonizados pelos jovens;
  • Campanhas de busca dos jovens e de conscientização da sua importância na igreja;
  • Promover momentos de interação e compartilhamento de vivências grupais;
  • Intensificar o apoio da igreja, ou seja, sentir a igreja próxima dos jovens construindo uma relação recíproca (um em encontro do outro);

E aqui vamos concluindo deixando ainda os seguintes recados:

  • Reconhecer os espaços de participação e o direito de participação dos jovens;
  • Chega de ver a juventude com pessimismo;
  • Ação e resposta da igreja nos encaminhamentos produzidos no encontro;

Enfim, em 2007, a CNBB afirmou: “chama atenção a ausência de padres que abracem um trabalho de acompanhamento sistemático dos jovens. Os religiosos e leigos também estão muito distantes. Há, no entanto, necessidade de resgatar no coração de todos a paixão pela juventude”.

 

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Este deve ser um espaço de interação e troca de experiências entre os participantes da Rede de Jovens Comunicadores do Semi-árido Mineiro.

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